Do 22 ao 24 de setembro, 40
militantes do MST-SE participaram do 4º encontro dos setores de comunicação e
cultura do Alto Sertão. O encontro aconteceu no assentamento Emilia Maria, no
município de Porto da Folha.
Segundo José Borges Sobrinho,
dirigente do MST no Estado, “o encontro é
um espaço de formação importante, que leva aos assentados e acampados o
conhecimento do funcionamento da mídia dominante, que oprime a luta de classe.
Ele tem também com objetivo refletir de forma crítica sobre o modelo de sociedade trazido por essa mídia,
que leva as pessoas a abandonarem as suas tradições culturais.”
Os militantes presentes debateram
da importância da batalha de ideias no processo de luta pela reforma agrária ,
indispensável para realizar uma ampla aliança entre trabalhadores do campo e da
cidade e derrotar o agronegócio. Esta batalha se da em um contexto difícil, no
qual algumas grandes famílias – as vezes também donas de grandes propriedades
de terras –, juntas com o capital financeiro, dominam a mídia no Brasil e
difundem na sociedade uma visão negativa da luta do MST e dos movimentos
sociais.
Comunicação popular
Frente a estas dificuldades, os
militantes ressaltaram a necessidade de desenvolver e melhorar sempre meios de
comunicação populares a serviço da luta, de acordo com as realidades locais:
rádio comunitárias, jornais populares, memoriais dos militantes e das lutas, teatro,
etc. Também foi enfatizada a importância do resgate da sabedoria popular, como
por exemplo através da valorização das sementes crioulas.
Para Luiz Mario (“Marinho”)de
Santana Santos, membro do setor de comunicação do MST, “os setores de
comunicação e cultura estão vivendo um momento de reorganização em Sergipe, na
perspectiva de podermos avançar na construção de ferramentas de comunicação e
cultura capazes de contrapor a ideologia da classe dominante.”
Homenagem
Os militantes presentes homenagearam
o companheiro de luta José Luciano da Silva, falecido no dia 19 de setembro,
batizando o encontro com o seu nome. Luciano foi um grande companheiro do MST,
que atuou na região do Sertão e nunca abandonou a luta. Ele teve um papel
importante na conquista de 10 assentamentos no município de Nossa Senhora de
Glória. Aos quarenta anos, Luciano se dedicou à construção do movimento urbano
no Estado. Na cidade de Nossa Senhora da Glória, 64 moradias populares foram
erguidas graças à sua determinação. O Luciano segue vivo na continuação das
lutas no campo e na cidade no Estado de Sergipe.
Setor
de comunicação do MST-Sergipe, 24 de setembro de 2012