quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MST-SE realiza 4º Encontro de Cultura e Comunicação do Alto Sertão e homenageia José Luciano da Silva, grande companheiro falecido


Do 22 ao 24 de setembro, 40 militantes do MST-SE participaram do 4º encontro dos setores de comunicação e cultura do Alto Sertão. O encontro aconteceu no assentamento Emilia Maria, no município de Porto da Folha.
Segundo José Borges Sobrinho, dirigente do MST no Estado, “o encontro é  um espaço de formação importante, que leva aos assentados e acampados o conhecimento do funcionamento da mídia dominante, que oprime a luta de classe. Ele tem também com objetivo refletir de forma crítica sobre  o modelo de sociedade trazido por essa mídia, que leva as pessoas a abandonarem as suas tradições culturais.”
Os militantes presentes debateram da importância da batalha de ideias no processo de luta pela reforma agrária , indispensável para realizar uma ampla aliança entre trabalhadores do campo e da cidade e derrotar o agronegócio. Esta batalha se da em um contexto difícil, no qual algumas grandes famílias – as vezes também donas de grandes propriedades de terras –, juntas com o capital financeiro, dominam a mídia no Brasil e difundem na sociedade uma visão negativa da luta do MST e dos movimentos sociais.

Comunicação popular

Frente a estas dificuldades, os militantes ressaltaram a necessidade de desenvolver e melhorar sempre meios de comunicação populares a serviço da luta, de acordo com as realidades locais: rádio comunitárias, jornais populares, memoriais dos militantes e das lutas, teatro, etc. Também foi enfatizada a importância do resgate da sabedoria popular, como por exemplo através da valorização das sementes crioulas.
Para Luiz Mario (“Marinho”)de Santana Santos, membro do setor de comunicação do MST, “os setores de comunicação e cultura estão vivendo um momento de reorganização em Sergipe, na perspectiva de podermos avançar na construção de ferramentas de comunicação e cultura capazes de contrapor a ideologia da classe dominante.”

Homenagem

Os militantes presentes homenagearam o companheiro de luta José Luciano da Silva, falecido no dia 19 de setembro, batizando o encontro com o seu nome. Luciano foi um grande companheiro do MST, que atuou na região do Sertão e nunca abandonou a luta. Ele teve um papel importante na conquista de 10 assentamentos no município de Nossa Senhora de Glória. Aos quarenta anos, Luciano se dedicou à construção do movimento urbano no Estado. Na cidade de Nossa Senhora da Glória, 64 moradias populares foram erguidas graças à sua determinação. O Luciano segue vivo na continuação das lutas no campo e na cidade no Estado de Sergipe.

Setor de comunicação do MST-Sergipe, 24 de setembro de 2012

Coletivo de Saúde do MST realiza projeto piloto em Sergipe




O Coletivo de Saúde do MST, em Sergipe, está realizando uma experiência visando  melhorar a saúde nas áreas de reforma agrária no município de Nossa Senhora da Glória.
Desde o começo do mês de setembro, uma equipe formada por uma médica, uma técnica de enfermagem, educadores populares e estudantes do curso de Serviço Social da Universidade Tiradentes (UNIT) está  visitando os assentamentos e acampamentos do município de Nossa Senhora da Glória, capital do Sertão sergipano.

A iniciativa, vinda do coletivo de saúde do próprio MST, tem como objetivo realizar um diagnóstico do estado de saúde da população dos 11 assentamentos e 9 acampamentos da região.

Conceito ampliado de saúde

Para estabelecer o diagnóstico, o coletivo está aplicando um questionário a 630 famílias camponesas, que não se limita apenas a perguntas sobre a presença ou ausência de doenças, mas abrange informações sobre as condições de produção, de habitação, de comunicação, de transporte, de infraestrutura, de nutrição, etc.

“Nós tentamos aplicar o conceito de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), que define a saúde como um estado de bem estar bio-psico-social. A existência de saneamento básico, o acesso a água e a terra, a alimentação e a saúde mental, entre outros, têm influência sobre o estado de saúde dos indivíduos,” analisa Cristiane Costa Santana Zurkinden, médica do MST formada em Cuba.

Priorizar a prevenção

Para realizar o projeto, os militantes da saúde conseguiram o apoio da Secretaria Municipal de Saúde. Os resultados do questionário serão compactuados, sistematizados e divulgados às famílias camponesas e às autoridades públicas no decorrer do mês de novembro.

A divulgação dos dados será o ponto de partida da segunda etapa do projeto: a elaboração de um plano de ação visando melhorar a saúde no campo. Segundo Maria Solange Feitosa, dirigente do coletivo de saúde do MST do estado de Sergipe e técnica de enfermagem, “a partir da identificação dos problemas, vamos organizar um programa de educação em saúde, para que as pessoas possam melhorar os seus hábitos e prevenir as doenças”.

A metodologia é inspirada na experiência cubana. “O Sistema Único de Saúde (SUS), no papel, é o sonho da classe trabalhadora, mas o modelo dominante de saúde no Brasil está sendo baseado no complexo médico-farmacêutico-hospitalar. Muitas vezes, este modelo se limita a administrar remédios às pessoas doentes. O modelo cubano dá mais importância à prevenção das doenças, através da educação em saúde. Os excelentes indicadores de saúde da população cubana demostram que esse modelo dá certo”, ressalta Cristiane.

Pauta de reivindicações

Outro eixo do plano de ação será a elaboração de uma pauta de reivindicações visando melhorar o acesso às políticas públicas de saúde no campo. Para Maria Solange, “o diagnóstico vai ajudar a melhorar o atendimento do SUS nas áreas de Reforma Agrária. Temos ainda áreas onde as pessoas têm que percorrer quilômetros para serem atendidas. É um absurdo!”

Essa experiência inicial e de caráter localizada visa, conforme seu êxito, ser aplicada em todo o estado de Sergipe

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O Grito dos Excluídos 2012 em Aracaju




No dia 7 de setembro, o Grito dos Excluídos reuniu cerca de 2000 Sergipanos em Aracaju. Sob o lema “Queremos um Estado a serviço da nação, que garanta direitos a toda população”, os participantes da 18ª edição do Grito dos Excluídos se reuniram de manhã na Praça Olímpio Campos, no Centro da capital. Os manifestantes, representando movimentos sociais (entre os quais o Movimento Sem Terra), sindicatos, a Igreja Católica e várias entidades de luta da classe trabalhadora, marcharam depois nas ruas do Centro, seguindo o percurso do desfile oficial comemorando a independência do Brasil.
 Os manifestantes denunciaram o atual Estado, no qual os políticos estão a serviço do capital, e cobraram políticas que beneficiem a todos os cidadãos, como: investimento na saúde, na educação, reforma agrária e moradias dignas para todos e todas.