sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Trabalho de base nos acampamentos Colônia Prestes, João Pedro Teixeira, Apolônio de Carvalho

Dia 24 de maio, os setores de comunicação e formação organizaram, junto com a direção do MST na região d'Itaporanga d'Ajuda (30 quilômetros da capital Aracaju), um dia de formação nos acampamentos Colônia Prestes, João Pedro Teixeira e Apolônio de Carvalho. Os três acampamentos contabilizam 300 famílias na luta pela terra.
Os temas do contexto da luta pela terra em Sergipe e no Brasil, da organicidade do MST, do papel dos meios de comunicação na luta de classe foram debatidos. O encontro contou com uma grande participação das famílias, e se encerrou com a apresentação de uma peça de teatro retratando a realidade da luta dos acampados. Parabéns a todos e todas!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

“Governo Dilma abandonou a Reforma Agrária”, afirma Alexandre Conceição


O governo Dilma apresenta o pior índice de desapropriação de terras dos últimos 20 anos. Em 2012, apenas 28 imóveis rurais foram alvo de decreto. Em 2013, nenhum imóvel foi desapropriado até o momento.

Durante o primeiro semestre desse ano, movimentos sociais do campo realizaram diversas jornadas de lutas, com pautas conjuntas ou específicas, colocando a necessidade emergencial do governo realizar a Reforma Agrária no Brasil.

De acordo com Alexandre Conceição, da Coordenação Nacional do MST, o governo abandonou a Reforma Agrária e absteve-se de cumprir a sua obrigação constitucional.

Conceição também afirma que, no próximo período, o MST vai intensificar as jornadas de lutas contra a ofensiva do capital estrangeiro e fará ocupações de latifúndios improdutivos.

Ao mesmo tempo, fará alianças para consolidar a construção do projeto da Reforma Agrária Popular, diante da necessidade de mudança do modelo agrícola do país.

Confira a entrevista concedida à Página do MST:
O governo permanece em silêncio no quesito Reforma Agrária. Qual é sua avaliação sobre essa postura?
O governo Dilma abandonou a Reforma Agrária. Ao fazer isso, não está apenas se acovardando, mas cometendo uma violação constitucional - que  perdura desde o estabelecimento da Constituição - e que no último período tem se agravado de maneira muito crítica.

Essa postura do governo deixa claro a opção em benefício do latifúndio e sua posição de refém da aliança com o agronegócio.

Por que o governo não desapropria latifúndios para a Reforma Agrária?
Porque o governo aposta no agronegócio como modelo de desenvolvimento para o campo. Temos dialogado com o governo, mas sem resultados concretos.

Segundo dados do Incra, atualmente há mais de 180 milhões de hectares classificados como grande propriedade improdutiva no país. O governo não se mexe para promover a democratização da terra.

Não conseguimos nada porque o núcleo central do governo não quer saber da Reforma Agrária. Diariamente novos procedimentos e portarias são inventados e emperram ainda mais o processo.
A Reforma Agrária depende de desapropriações de grandes propriedades improdutivas, como determina a Constituição.

Quanto de recursos públicos o governo destina para os agricultores familiares e para os latifundiários?
Neste ano, foram disponibilizados R$ 21 bilhões no Plano Safra 2013/2014 para a agricultura familiar. O valor é 16,6% maior que o destinado ao setor no ano passado, de R$ 18 bilhões.

Para o agronegócio, no entanto, se disponibilizou R$ 136 bilhões, ou seja, dez vezes mais investimentos do que à agricultura familiar, responsável por produzir 70% dos alimentos e gerar nove empregos por hectare.

Além disso, o agronegócio, que está completamente endividado, protela as dívidas com o governo brasileiro, enquanto as dívidas dos agricultores familiares nos bancos demoraram para serem renegociadas.

Os índices de produtividade ainda são um entrave em todo o processo?
O índice de produtividade do Brasil não é atualizado desde 1975 e segue sendo um dos piores da América Latina. Nesses mais de 30 anos, o campo passou por muitas mudanças e se torna inconcebível nivelar a produção agrícola atual com a de 1975.

O governo não teve a coragem de rever a questão dos índices. Essa revisão, sem dúvidas, proporcionaria um grande desentrave na Reforma Agrária no país.

Qual o reflexo para o campo com a inoperância da Reforma Agrária?
Reflete-se na violência do campo. Além de inoperante, é um governo de composição inclusive com o latifúndio e, por isso, não enfrenta os ruralistas e não desapropria terras para Reforma Agrária.

Sem avanços na democratização da terra, o Movimento intensificará a luta e ocupará latifúndios para enfrentar a ofensiva contra os povos do campo.

Nesse aspecto, o Judiciário se converte no principal conivente do latifúndio: é super ágil para criminalizar os Sem Terra, mas ao mesmo tempo garante a impunidade dos crimes do latifúndio.

Como você vê o discurso do governo sobre o Judiciário ter emperrado o processo de novas áreas para criação de assentamento em 2013?
Além de garantir a impunidade dos conflitos no campo, o Poder Judiciário segurá os processos de criação de novos decretos para desapropriações de áreas.

Dos atuais 523 processos envolvendo Reforma Agrária no país, 234 estão paralisados.
Portanto, é dever do governo Dilma trabalhar de forma articulada com o Judiciário para que se resolvam os impasses que deixam as áreas numa situação jurídica indefinida por anos.

Qual é a importância da Reforma Agrária para a sociedade?
Atualmente, 85% das terras agricultáveis no Brasil cultivam soja, enquanto que a agricultura familiar é responsável por 70% da produção de alimentos para consumo interno, mesmo tendo apenas 15% das terras agricultáveis do país.

O agronegócio é apenas uma forma de se apropriar do lucro obtido pelo comércio agrícola, mas não resolve os problemas do povo. Ao contrário, apenas piora, principalmente pela incidência do uso de agrotóxicos e transgênicos no país, que têm afetado a saúde do povo brasileiro.

Esse modelo não serve para o Brasil. Precisamos de um modelo que garanta a produção de alimentos saudáveis para a sociedade brasileira por um custo de obtenção considerável. Assim, cria empregos e formas de vida saudáveis para a população camponesa não se marginalizar nos grandes centros urbanos.

Permitirá desenvolver técnicas de aumentar a produtividade e a produção sem destruir a biodiversidade do planeta.
O viés para efetivar a construção desse modelo é o projeto da Reforma Agrária Popular, que defende a desapropriação massiva de áreas improdutivas, tendo a agroecologia como base para o desenvolvimento do campo.

Diante dessa conjuntura, como o Movimento pretende atuar no próximo período?
O MST vai continuar lutando e ocupando os latifúndios improdutivos, combatendo a monocultura e lutando contra a ofensiva do capital estrangeiro na agricultura brasileira.

O governo precisa mexer no índice de concentração fundiária do país, em vez de investir em programas compensatórios que não promovem a Reforma Agrária, levando aos assentados e assentadas o endividamento crônico.

Ao mesmo tempo, vamos costurar alianças que consolidem a construção do projeto de uma Reforma Agrária Popular para o Brasil, ao representar a necessidade de mudança do modelo agrícola do país.

É necessário reorganizar o setor agroindustrial, baseado em cooperativas e não grandes empresas transnacionais. Adotar a matriz tecnológica da agroecologia, preservar o meio ambiente e frear o êxodo rural para as grandes cidades.

Por Iris Pacheco, da Página do MST

Lema do 6º Congresso do MST é “Lutar! Construir Reforma Agrária Popular!”

A Coordenação Nacional do MST, composta por 280 dirigentes de 23 estados e do Distrito Federal, definiu “Lutar! Construir Reforma Agrária Popular!” como lema do 6º Congresso, que será realizado em fevereiro de 2014, em Brasília.

O lema é a síntese das tarefas, desafios e do papel do Movimento no período histórico que se abre depois do congresso. Desde o começo do ano passado, o MST está em período congressual, realizando o trabalho de base nos acampamentos e assentamentos para definir o programa agrário.

O lema do último congresso do Movimento, realizado em 2007, foi “Reforma Agrária: por Justiça Social e Soberania Popular”.

“O papel do MST é fazer a luta pela terra dos acampados e pela consolidação dos territórios já conquistados dos assentados, viabilizando a produção de alimentos saudáveis e educação para todas as famílias do campo”, afirma Gilmar Mauro, da Coordenação Nacional do MST.

O Movimento tem construído em debates com a militância, as famílias acampadas e assentados, pesquisadores da agricultura e apoiadores o programa de Reforma Agrária Popular, que contém propostas para o meio rural que correspondem ao novo período histórico de hegemonia do capital financeiro e ofensiva do agronegócio.

Esse programa é considerado uma atualização da chamada Reforma Agrária Clássica, que foi realizada em outros países no contexto do desenvolvimento do capitalismo com base na indústria, que entrou em crise na década de 70 e com a implementação do neoliberalismo.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Assistência Técnica realiza oficina de Promoção ao Acesso do Programa Garantia Safra

A I Oficina Regional de Promoção ao Acesso do Programa Garantia Safra, organizada pela ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural, foi realizada no Clube Altemar Dultra, no município de Canindé de São Francisco/Sergipe, com os Assentados de Assentamentos e Colônias Agrícolas da Reforma Agrária
 Pois sabendo-se da importância do Programa na garantia mínima de subsistência para as famílias afetadas pela perca da lavoura, devido aos fatores climáticos na região. Contando com a presença do Sr Leonardo Goes - Superintendente do INCRA, Sr Douglas de Jesus – Chefe de Assentamento, Sra. Marize de Campos Lima – ENDAGRO, Sr Heleno Silva – Prefeito Municipal, Sr Heraclito Oliveira de Azevedo – Secretário de Agricultura, Sr Sergio Santana – Coordenador do Programa Garantia Safra – SEAGRI, Sra. Cristiana – Consultora do MDA pelo Programa Garantia Safra em Sergipe, Sr Nelci da Silva – Representante do CFAC, e Srs. Antenor e Iris – Direção Local do MST. E, observando-se que após o plantio da lavoura na região de Canindé, onde o mesmo fora realizado no período agrícola, e havendo atraso nas chuvas, e assim não se desenvolvendo a produção mínima para o consumo. E com este evento, fazendo com que as equipes de ATER  e ATES – Assessoria Técnica, Social e Ambiental, representadas pelo CFAC – Centro de Formação em Agropecuária Dom José Brandão de Castro, possam está se planejando a execução de cadastramento das famílias afetadas pela estiagem.




sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Sergipe: Acampamento Mario Lago comemora 10 anos de lutas e conquistas



 
Domingo (25\08) será dia de festa no Acampamento Mario Lago. As 92 famílias do acampamento, situado no município de Riachuelo, região metropolitana do Estado de Sergipe, estarão comemorando uma longa jornada de lutas e conquistas.
Há dez anos, dia 15 de Julho de 2003, 650 famílias Sem Terra montavam um acampamento dentro do perímetro irrigado Jacarecica II. O perímetro, situado na bacia do Rio Jacarecica, estava originalmente destinado a pequenos agricultores para a fruticultura. A ocupação do MST denunciava a entrega desses lotes irrigados a fazendeiros e grandes empresários pelo governo do estado de Sergipe, liderado na época pelo governador Albano Franco (PSDB).
Segundo Marcos André de Lima (“Camaleão”), integrante da direção estadual do MST e coordenador do Acampamento Mario Lago, “os empresários presentes na região só tem como finalidade a monocultura de cana-de-açúcar, que está virando uma epidemia.”
As famílias Sem Terra enfrentaram uma forte repressão, sofrendo nove despejos. Apesar das dificuldades, 92 famílias seguem no Mario Lago, firmes na luta. O projeto Jacarecica II conta com outros três acampamentos: Santa Maria, Nova Escuta, e uma parte do acampamento Zumbi dos Palmares (fazenda Tingui).
No mês de julho deste ano, o MST ocupou a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos do Estado de Sergipe (Cohidro), arrancando uma conquista importante: “Saímos com a determinação da federalização: a terra vai ser repassada para o governo federal, para que ele faça o assentamento das famílias.” Apesar dessa conquista, a situação do acampamento Zumbi dos Palmares, o mais antigo do estado de Sergipe, com 17 anos de ocupação, segue preocupante: “As 22 famílias da Tingui têm uma produção de alimentos muito grande, mas estão ameaçadas de despejo pelo Poder Judiciário. Estamos lutando contra esta grande injustiça.”
Para Camaleão, a festa do Acampamento Mario Lago será de todos e todas as famílias acampadas no perímetro: “Eu acredito que a festa vai ser comemorada por todos os companheiros. Valeu a pena esperar 10 anos de luta e sofrimento, porque agora tem um horizonte de esperança para que a vida de cada um seja mais feliz.”
A festa comemoração começara ás 5 horas da manhã. Contará com um culto religioso, uma missa, um ato político e, a partir da tarde, várias bandas de música. Todos e todas companheiros e companheiras que apoiam o movimento estão convidados.




terça-feira, 20 de agosto de 2013

Centrais se preparam para as mobilizações do dia 30 de agosto

20 de agosto de 2013
Por Leonardo Severo
Da CUT
Ultimando os preparativos para o 30 de agosto, Dia Nacional de Mobilização e Paralisação, as centrais sindicais decidiram em reunião na sede da CUT Nacional, nesta segunda-feira (19), ampliar a convocação de Norte a Sul do país priorizando a luta pelo fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho para 40 semanais e combate ao Projeto de Lei 4330, da terceirização.

Na avaliação das centrais, a conjuntura é favorável à manifestação, que dá continuidade aos protestos, passeatas e greves realizadas no 11 de julho, e potencializa a cobrança da pauta da classe trabalhadora. A agenda de reivindicações inclui ainda a luta pelos 10% do PIB para a Educação; 10% do Orçamento da União para a Saúde; transporte público e de qualidade/mobilidade urbana; valorização das aposentadorias; reforma agrária e suspensão dos leilões de petróleo.

“Estamos enfrentando as dificuldades diante de um governo de disputa em que muitas vezes os interlocutores vão se alternando. Daí a importância da pressão conjunta, da unidade de ação do movimento sindical para impedir retrocessos e ampliar conquistas”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, para quem “o próximo dia 30 se soma ao ato vitorioso do 11 de julho, são manifestações para alterar o jogo”.
“Com os trabalhadores em campo, paralisando atividades, realizando protestos e passeatas, acumulamos força para pressionar o Congresso Nacional e o governo federal. Foi assim que conseguimos na semana passada os recursos para o Fundo Social do pré-sal, foi essa luta colossal que tem impedido que eles passem o PL 4330 de qualquer maneira, impondo uma terceirização indiscriminada”, ressaltou o presidente cutista.

Ao destacar o papel perverso do PL 4330, o secretário geral da CUT, Sérgio Nobre, lembrou que “país de primeira não pode ter emprego de terceira”. Sérgio destacou a importância da mobilização do conjunto das categorias, em todos os Estados, para garantir a igualdade de direitos, de condições e de salário, direito à informação prévia, proibição na atividade-fim, responsabilidade solidária das empresas contratantes e penalização das empresas infratoras, tudo o que setores do patronato querem apagar da legislação.

Estudos do Dieese apontam que o trabalhador terceirizado recebe salário 27% menor que o contratado diretamente, tem jornada semanal de três horas a mais, permanece 2,6 anos a menos no emprego, e sua rotatividade é mais do que o dobro (44,9% contra 22%). Além disso, aponta o Dieese, a cada 10 acidentes de trabalho, oito acontecem entre os terceirizados.

Reforma Agrária

Membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues condenou a postura do governo federal que “nem desapropria terra nem senta com o movimento”. “Temos 80 mil famílias acampadas que necessitam ter prioridade nesse momento. Nos somamos à manifestação das centrais sindicais bastante animados de que o aumento da pressão vai abrir caminho para os avanços que o nosso povo e o Brasil precisam”, acrescentou.

Para o secretário geral da Central Geral dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CGTB), Carlos Alberto Pereira, “o momento é de avanço do movimento sindical” e reflete os avanços obtidos a partir da mobilização de junho, que reuniu dois milhões de trabalhadores em mais de 250 cidades.
“De lá para cá tivemos três vitórias: a do Fundo Social do Pré-Sal, que garantiu mais de 200 bilhões de reais para a educação nos próximos dez anos; adiamos o PL da terceirização por 30 dias, barrando a tentativa de golpe que busca ampliar e legitimar a precarização; e aceleramos a nossa mobilização, o que tem sido fundamental para aprofundar as negociações com o governo e o Congresso Nacional”, disse Pereira.

Protagonismo da classe

De acordo com o secretário geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), “construída na luta, a pauta unitária dos trabalhadores tem repercutido positivamente junto às bases e contribuído para que o papel do movimento sindical seja valorizado na mesa de negociação”.
Juruna lembrou que, apesar da campanha dos grandes conglomerados de comunicação para invisibilizar ou diminuir o protagonismo da classe trabalhadora na luta por mudanças, a ação unificada tem rendido frutos e demonstra a correção da iniciativa.

O secretário geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Pascoal Carneiro, relatou da grande receptividade que a convocação do 30 de agosto vem tendo pelo país, citando a assembleia realizada recentemente na capital baiana, “onde há muita disposição de parar para colocar o país nos trilhos”. “O sentimento é de greve no dia 30 em defesa de um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, combatendo a precarização e o retrocesso”.

Representando a Intersindical, Edson Carneiro (Índio) reiterou o papel da caminhada conjunta, com unidade na diversidade, para fazer a pauta avançar. “O processo que o país está vivendo não é sindical, mas político, o que reforça a importância da pressão por mudanças na política econômica, como o fim do superávit primário. Queremos inverter a lógica do que beneficia o grande capital rentista, o agronegócio e as empreiteiras”, frisou Índio.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, disse que além de reivindicar do governo ações concretas em benefício da sociedade, o movimento sindical precisa realizar uma grande manifestação no Congresso Nacional. “Nos 25 anos da Constituição de 1988, devemos apontar os nós que precisam ser desatados para que o país avance, pressionando os parlamentares a que tomem posição ao lado dos trabalhadores”, enfatizou Patah.

A luta contra a precarização das relações de trabalho, apontou o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, deve ser amplificada, “tanto no setor privado quanto público”. “A lei 8666 que dispõe sobre a contratação direta significa contratação via preço, o que representa trabalho mais barato, precário. Esta é uma questão que precisa ser alterada com urgência”, defendeu.

Em nome da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Luiz Gonçalves (Luizinho), enfatizou o compromisso de “parar aonde for possível no próximo 30 de agosto”. “O volume do nosso protesto é essencial para mostrar que o movimento sindical está engajado em buscar o resultado das nossas negociações, a melhoria das relações de trabalho e o desenvolvimento do país”, concluiu.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Festa da Colheita e Troca de Sementes fortalece a transição agroecológica



Neste sábado (17\08), assentados do MST participaram da Festa da Colheita e Troca de Sementes no município de Arauá, na região Sul do estado de Sergipe.
A Festa iniciou com um grande almoço coletivo, fruto do trabalho das famílias, celebrando a vida e a produção livre de agrotóxicos.  A mística de abertura trouxe a importância da cultura e da valorização dos saberes do povo camponês, reafirmando a luta contra o agronegócio e seu modelo de desenvolvimento para o campo brasileiro.
À tarde, mais de 12 comunidades camponesas participaram da experiência de troca das suas colheitas: frutas, raízes, hortaliças, doces, sementes e mudas. Os participantes ressaltaram a necessidade de construir mais redes de intercâmbios na região Sul do estado, proporcionando autonomia camponesa e soberania alimentar. A atividade encerrou-se à noite com muita animação e alegria, com o típico Forró Nordestino,  manifestação  artística e cultural simbolizando a valorização do povo camponês.
A atividade foi fruto de uma parceria entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), o Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ela tinha como objetivo divulgar as experiências desenvolvidas nas áreas de Reforma Agrária e extrativistas participando do projeto Camponês a Camponês.
O projeto Camponês a Camponês – Construção do conhecimento agroecológico em territórios de identidade rural por meio de intercâmbios em redes sociais - tem como proposta resgatar os saberes agroecológicos das famílias através da construção de intercâmbios. A socialização e difusão dos conhecimentos são centrais na consolidação das redes de intercâmbios, que agrupem comunidades camponesas em processo de transição agroecológica.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

CONVITE: ACAMPAMENTO MÁRIO LAGO, 10 ANOS DE LUTA E RESISTÊNCIA


Acampamento Santa Cruz: vida e esperança na luta pela reforma agrária

 
Há um ano e oito meses, 60 famílias organizadas pelo MST fundaram o acampamento Santa Cruz. O acampamento está situado próximo ao povoado Abadia (município de Jandaíra, Bahia),  na foz do Rio Real, divisa com o estado de Sergipe. 
Zê Raimundo ("Zê Cabeça"), coordenador do acampamento, lembra do início da ocupação. "Esta luta começou por um nada. A gente organizou uma primeira reunião, na qual participaram 10 pessoas. Depois do trabalho de base, entramos na ocupação com 60 famílias. Hoje, são 90 famílias que moram no local."
O acampamento está na beira da rodovia estadual (BA-099), a aproximadamente 15 quilômetros da cidade de Indiaroba (SE). Do outro lado da rodovia, começa o território da fazenda cobrada pelas famílias. "O fazendeiro mora em Aracaju e não planta nada nesta terra. Por isso, estamos aqui há quase dois anos, reivindicando o direito de cultivar o nosso pedaço de chão. E vamos prosseguir firme, até a vitória" ressalta Marcos, da coordenação do acampamento.
Os barracos, construídos de palha, são alinhados. No centro, um grande barraco serve para as reuniões e assembleias. Do lado, um barraco menor é utilizado como secretaria. Ambos são enfeitados. Tudo está muito limpo, refletindo a grande organização que reina entre as famílias.
A ocupação recebeu o nome de Santa Cruz em referência a uma festa popular da região. Quem visitar o acampamento no final de semana ficará impressionado com a cultura e animação que caracterizam o local: dezenas de crianças brincando entre os barracos, os pais tocando instrumentos tradicionais da região. Muita vida e esperança: um retrato da luta pela reforma agrária.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

“Mobilizações abrem necessidade de debater Reforma Agrária”, diz Stedile

 
Da Página do MST

Em entrevista coletiva concedida aos veículos alternativos presentes na 12ª Jornada de Agroecologia, João Pedro Stedile, da coordenação nacional do MST, avaliou a conjuntura do país criada pelas manifestações nas ruas e como elas afetam pautas históricas dos movimentos sociais, como a Reforma Agrária e a democratização dos meios de comunicação.


Confira abaixo a entrevista:



Qual a situação da Reforma Agrária?



A Reforma Agrária está parada desde o governo Lula, por vários motivos, como a pressão do capital que disputa a grande propriedade improdutiva, a falta de verbas do Incra e a aliança político-eleitoral que sustenta o governo, ao ter os ruralistas como sua base.



Nesse ano não houve nenhum projeto de assentamento ou desapropriações de terras no Brasil. Na nossa base, temos por volta de 120 mil famílias acampadas, é um absurdo. Vamos ter uma reunião com a Dilma e cobrar que as políticas públicas sejam alteradas.



Ninguém aguenta mais esta situação no campo. A Reforma Agrária precisa de um impulso, e acredito que as mobilizações recentes ocorridas nas ruas vão ajudar a dar uma sacudida no país e obrigar a necessidade de se abrir um debate sobre as políticas estruturais do país como a Reforma Agrária.



Quais as principais ofensivas do agronegócio nesse momento?



A principal ofensiva dos capitalistas é a disputa pela terra, pela água e pelas mercadorias agrícolas. Daí a ofensiva contra o antigo Código Florestal e, agora, a ofensiva contra as áreas quilombolas e indígenas.



Além disso, há o debate em torno do Código de Mineração, fruto de articulação do capital com o ministério de Minas e Energia para ser aprovado em regime de urgência na Câmara, evitando o debate com a sociedade. Se for aprovado desta forma, esse código será um desastre, dando às empresas estrangeiras segurança jurídica para explorar o subsolo.



Como você avalia as manifestações ocorridas no Brasil?



Essas manifestações oxigenaram a política brasileira e abriram um novo ciclo de debates, e cada vez que um novo ciclo se abre, ele demora a desaparecer. O que se levantou nas ruas não é algo que irá acabar nas próximas eleições. Analisamos que esse ciclo vai trazer mudanças, queira o Congresso ou não.



Temos feito um esforço para que os setores organizados da classe trabalhadora e movimentos sociais se apresentem de forma organizada nesse clima, apresentando um programa de mudanças para a sociedade por meio de jornadas de lutas e manifestações, como fizemos no dia 11 de julho e vamos fazer novamente no dia 30 de agosto.



As manifestações pressionam o governo a dar um passo à esquerda?



Na cabeça do governo estava tudo arrumadinho: a popularidade da presidenta em alta e o pacto de classes que sustenta o governo sob controle. As manifestações mostraram a fragilidade deste pacto.



A presidenta tentou dar este passo quando anunciou as medidas de convocar a Constituinte e o plebiscito, mas foi derrotada por seus ministros e sua própria base parlamentar. O que eu acho positivo é que o tema foi para a rua, e isso abre um espaço de debates sobre a reforma política, a constituinte e o plebiscito popular.



Queremos, inclusive, fazer um plebiscito perguntando à sociedade se ela quer reforma política ou não. O Ibope fez essa pergunta semana passada e deu que 85% da população quer a Constituinte.



Por que o governo tem dificuldades em pautar a democratização dos meios de comunicação?

Não tocar neste tema faz parte dessa aliança de classe do governo. Os meios de comunicação do Brasil se transformaram numa arma da burguesia, num negócio que lucra financeiramente e reproduz as ideias da classe dominante.


O tema da democratização da comunicação é muito parecido com a Reforma Agrária, porque ele propõe democratizar algo que a burguesia tem como seu patrimônio sagrado. Mas o movimento social está colhendo assinaturas para levar um projeto de lei popular ao Congresso. E só vamos conseguir esta democratização com um amplo movimento popular, nas ruas.



E as manifestações das ruas vão nesta direção. Não é à toa que vários protestos terminaram na porta da Globo. E agora a juventude marcou uma jornada dos estudantes pela democratização da mídia e contra a Globo, de 28 de agosto a 5 de setembro. Essa luta está só começando.


Grito dos Excluidos 2013

Grito dos Excluidos 2013
Contamos com a participação de todos e todas.
Juventude que ousa Lutar,constrói o Projeto Popular!


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Agricultoras assentadas apostam na criação de aves como fonte alternativa de renda

Cravado em meio a uma paisagem dominada por extensos milharais, o pequeno aviário guarda as sementes de um trabalho que promete melhorar o futuro de um grupo de famílias no assentamento Vinte e Sete de Outubro, implantado pelo Incra em Simão Dias, no Sertão Ocidental de Sergipe.
No local, um projeto, elaborado por uma parceria entre um grupo de agricultoras e membros do Núcleo do Programa de Assistência Técnica de Extensão Rural instalado no município, pretende consolidar a criação de aves como alternativa para a geração de renda. “Nós queríamos apresentar uma alternativa para que as mulheres pudessem gerar sua própria renda e complementar o que as famílias já ganham com o milho. Como são trabalhadoras que nasceram no campo e são acostumadas com esse trabalho, apostamos nesse tipo de criação, porque sabemos que ele tem potencial para gerar bons resultados”, explicou o engenheiro agrônomo Marcelo Alves, coordenador do Núcleo de Ater que atende ao assentamento.
Para financiar o início do trabalho, equipe de assistência técnica e agricultoras elaboraram um projeto e o encaminharam à Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese). Aprovada e enquadrada no “Projeto de Combate à Pobreza Rural – Prosperar”, desenvolvido pelo governo estadual, a proposta do grupo recebeu um investimento de R$ 55 mil, que foi aplicado na construção de um aviário e na compra de insumos e equipamentos, além da aquisição de 300 animais. “Algumas mulheres do assentamento não acreditavam que podia dar certo, então, quando os recursos chegaram e o aviário foi instalado, para nós foi uma realização. É o começo de um trabalho que pode melhorar muito a vida da gente”, analisou Maria das Dores Santos Conceição, a dona Dorinha, de 49 anos, integrante do grupo de criadoras.

Início do trabalho
Implantado em abril deste ano, o aviário de 50 m2, em pouco tempo, tornou-se a menina dos olhos do grupo de agricultoras. “A gente se dividiu e todos os dias, de domingo a domingo, duas mulheres ficam responsáveis pelas galinhas. Temos todo o cuidado com os animais, porque sabemos que esse é um projeto que pode ir para a frente”, contou Dorinha.
Segundo o coordenador da equipe de assistência técnica, a dedicação do grupo e a organização do trabalho deverão garantir o bom andamento do projeto. “É um grupo muito unido e organizado, que tem as tarefas bem divididas. Com certeza, o trabalho deverá, em breve, apresentar bons resultados”, afirmou Alves.

Uma perspectiva promissora, que já atrai o interesse de novas agricultoras pelo trabalho. “Desde a instalação do aviário, o pessoal do assentamento tem visto que o trabalho é sério e vem sendo feito direitinho. Isso já está atraindo mais agricultoras. Hoje, temos outras quatro ou cinco querendo entrar para o grupo”, contou o coordenador de assistência técnica.
De acordo com a previsão da equipe, o aviário deverá iniciar a sua produção de ovos no próximo mês e alguns animais estarão disponíveis para o abate ainda nas próximas semanas. “Tenho muita esperança de que um dia esse trabalho irá nos ajudar tanto quanto o milho”, afirmou Dorinha.


O projeto de avicultura do Vinte e Sete de Outubro - que deverá ser expandido para receber até 500 animais - é o terceiro implantado em áreas de reforma agrária do Sertão Ocidental de Sergipe. Além dele, também já tiveram seus aviários instalados os assentamentos Edemílson Oliveira, em Carira, e São José da Quixabeira, no município de Pedra Mole.