terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Mais de 500 militantes participam do 28° Encontro Estadual do MST de Sergipe

Desde segunda-feira (15), mais de 500 militantes Sem Terra de todas as regiões do estado de Sergipe iniciaram o 28º Encontro Estadual do MST.

As atividades acontecem no Centro de Formação Canudos, no Assentamento Moacir Wanderley, no povoado Quissamã-Nossa Senhora do Socorro.

O encontro segue até a próxima sexta-feira (19), e tem como objetivo avaliar a conjuntura da luta pela terra em Sergipe e no Brasil, além de fortalecer a organicidade do MST.

A abertura do Encontro contou com a presença de representantes de diversos movimentos sociais, como Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Urbanos (MOTU), Movimento Sem Casa (MSC) e Levante Popular da Juventude, além de representantes da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe Emdagro e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). 

Os posseiros do povoado Cabrita, em São Cristóvão e também presentes, agradeceram a solidariedade do MST. 

“Viemos agradecer ao Movimento Sem Terra pela coragem em abraçar nossa luta e nos ajudar a resistir diante da crueldade policial em destruir nossas casas e mais de 20 anos de história”, disse Misael Santos.
A noite de abertura também foi marcada por comemorações. “Esse ano tivemos uma grande vitória, a imissão de posse da Fazenda Tingui, que hoje é o assentamento Marcelo Déda. Foram 18 anos de luta que valeram muito a pena”, declarou Iraci dos Santos Reis. 

A direção do MST também parabenizou os militantes que se formaram em medicina em Cuba e passaram na prova de revalidação do diploma.

Gileno Damasceno, da direção nacional do Movimento, encerrou a abertura do encontro afirmando que “o MST é forte, temos que ter grandeza e sabedoria para enfrentar o Estado burguês, que não faz transformações para o povo. Só conseguiremos o que queremos através da luta, por isso temos que construir a unidade da luta no campo e na cidade, já que a luta é de todos os trabalhadores”.

*Do setor de comunicação do MST - SE
 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

MST sai às ruas pelo fim dos Agrotóxicos



Aconteceu hoje (3), em Aracaju, capital de Sergipe, mais uma grande mobilização onde cerca de 200 pessoas percorreram as ruas tendo como pauta o dia internacional de luta contra o uso dos agrotóxicos que fez uma denuncia ao agronegócio. Esse dia de luta foi estabelecido como forma de recordar as mais de 30 mil pessoas falecidas em Bhopal, na India, em virtude do vazamento de 27 toneladas de um gás tóxico usado na fabricação de um praguicida.
O desastre químico foi considerado o pior da historia e a data foi estabelecida pela Pesticida Action Network (PAN) como o dia internacional do não uso de agrotóxicos. “A Dow é hoje uma das seis gigantes do mercado de venenos e sementes transgênicos, e em 2012 faturou U$ 60 bilhões”.
O MST Juntamente com diversas organizações do campo e da cidade, entre elas o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude (LPJ), Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Marcha Mundial de Mulheres (MMM), Movimento Nacional de direitos Humanos (MNDH), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB).  
A concentração foi na Praça Fausto Cardoso no centro da cidade, e teve inicio com a mobilização organizada pela Marcha Mundial de Mulheres contra os insultos e incitação a violência contra as mulheres feita pelo vereador Agamenon Sobral (PP).
Após o ato realizado em frente à câmara de vereadores, os manifestantes saíram em marcha pelas ruas da cidade. Durante todo o percurso ocorreram várias intervenções de agitação e propaganda como stêncil, esquete teatral, panfletagem, grafitagem, que contribuíram para uma boa visibilidade da ação.
Hoje em Sergipe, a realidade é que boa parte das terras que deveriam ser utilizadas para produção de alimentos, predomina o monocultivo de cana de açúcar e o uso desses agrotóxicos acaba afetando as comunidades que estão ao redor desses canaviais.
Para Jorge Rabanal engenheiro agrônomo e militante do MST, “o objetivo da marcha é denunciar o uso dos agrotóxicos, com isso alertar a sociedade dos riscos para saúde da população”.
Com isso destaca-se um alto índice de doenças aos trabalhadores e trabalhadoras do campo, que tanto diretamente na hora do trabalho, ou indiretamente, acabam prejudicadas por essa prática.
Diante disso, o MST ver como extrema necessidade o estimulo a produção de alimentos agroecológicos onde a sociedade possa consumir na certeza de ser um alimento saudável sem riscos prejudiciais a saúde humana.



Ato foi uma denuncia dos impactos dos agrotóxicos no Brasil....
Influencia da bancada ruralista que faz a defesa dos interesses do agronegócio.
Brasil desde 2008 é o maior consumidor de agrotóxicos no mundo

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Após 17 anos, Sem Terra conquistam o Assentamento Zumbi dos Palmares





O dia 27 de novembro entra na história da luta pela terra em Sergipe. Após 17 anos debaixo da lona preta, as 250 famílias do acampamento Zumbi dos Palmares receberam a imissão de posse da Fazenda Tinguí, localizada na região metropolitana de Sergipe, entre os municípios de Malhador, Riachuelo e Santa Rosa de Lima.
Os 1.986 hectares da área esteve constantemente visada pelo agronegócio frente à capacidade de desenvolver o setor da cana de açúcar na região.
A primeira ocupação das terras aconteceu em 1987, mas dois dias depois as famílias foram despejadas violentamente pela polícia, inclusive prendendo militantes do MST.
No dia 12 de março de 1997, 223 famílias realizaram uma segunda ocupação, e continuaram seguindo na esperança de conquistar seu pedaço de terra.
Desde então o acampamento Zumbi dos Palmares, além da sua forte organização interna, também deu exemplo na produção de alimentos. Por muitos anos o acampamento esteve presente nas feiras da Reforma Agrária realizada pelo MST na capital aracajuana.Inhame, milho, macaxeira, quiabo, banana, maracujá, melancia, melão, batata doce, hortaliças são alimentos que expressaram a força da agricultura camponesa na região.Nas ações realizadas pelo MST no estado ao longo dos anos, uma das pautas prioritárias era a desapropriação imediata da fazenda e o assentamento das famílias.
Em 2005, o presidente Lula assinou um decreto pela desapropriação da fazenda. No entanto, em 2011, por forte influência do agronegócio e da família Barreto, dona das terras, o Supremo Tribunal Federal (STF) invalidou o decreto com argumento que uma terra ocupada não pode ser desapropriada.
Em 2013, com o objetivo de pressionar os órgãos públicos, os Sem Terra ocuparam a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos do Estado (COHIDRO), conquistando o repasse de seis lotes do perímetro irrigado Jacarecica II, totalizando 24 hectares, para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
Segundo os Sem Terra, essa conquista demonstra quanto é importante continuar lutando contra as ofensivas do capitalismo no campo brasileiro, reafirmando a força do campesinato em busca de justiça social e uma vida digna.