terça-feira, 6 de agosto de 2013

Agricultoras assentadas apostam na criação de aves como fonte alternativa de renda

Cravado em meio a uma paisagem dominada por extensos milharais, o pequeno aviário guarda as sementes de um trabalho que promete melhorar o futuro de um grupo de famílias no assentamento Vinte e Sete de Outubro, implantado pelo Incra em Simão Dias, no Sertão Ocidental de Sergipe.
No local, um projeto, elaborado por uma parceria entre um grupo de agricultoras e membros do Núcleo do Programa de Assistência Técnica de Extensão Rural instalado no município, pretende consolidar a criação de aves como alternativa para a geração de renda. “Nós queríamos apresentar uma alternativa para que as mulheres pudessem gerar sua própria renda e complementar o que as famílias já ganham com o milho. Como são trabalhadoras que nasceram no campo e são acostumadas com esse trabalho, apostamos nesse tipo de criação, porque sabemos que ele tem potencial para gerar bons resultados”, explicou o engenheiro agrônomo Marcelo Alves, coordenador do Núcleo de Ater que atende ao assentamento.
Para financiar o início do trabalho, equipe de assistência técnica e agricultoras elaboraram um projeto e o encaminharam à Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese). Aprovada e enquadrada no “Projeto de Combate à Pobreza Rural – Prosperar”, desenvolvido pelo governo estadual, a proposta do grupo recebeu um investimento de R$ 55 mil, que foi aplicado na construção de um aviário e na compra de insumos e equipamentos, além da aquisição de 300 animais. “Algumas mulheres do assentamento não acreditavam que podia dar certo, então, quando os recursos chegaram e o aviário foi instalado, para nós foi uma realização. É o começo de um trabalho que pode melhorar muito a vida da gente”, analisou Maria das Dores Santos Conceição, a dona Dorinha, de 49 anos, integrante do grupo de criadoras.

Início do trabalho
Implantado em abril deste ano, o aviário de 50 m2, em pouco tempo, tornou-se a menina dos olhos do grupo de agricultoras. “A gente se dividiu e todos os dias, de domingo a domingo, duas mulheres ficam responsáveis pelas galinhas. Temos todo o cuidado com os animais, porque sabemos que esse é um projeto que pode ir para a frente”, contou Dorinha.
Segundo o coordenador da equipe de assistência técnica, a dedicação do grupo e a organização do trabalho deverão garantir o bom andamento do projeto. “É um grupo muito unido e organizado, que tem as tarefas bem divididas. Com certeza, o trabalho deverá, em breve, apresentar bons resultados”, afirmou Alves.

Uma perspectiva promissora, que já atrai o interesse de novas agricultoras pelo trabalho. “Desde a instalação do aviário, o pessoal do assentamento tem visto que o trabalho é sério e vem sendo feito direitinho. Isso já está atraindo mais agricultoras. Hoje, temos outras quatro ou cinco querendo entrar para o grupo”, contou o coordenador de assistência técnica.
De acordo com a previsão da equipe, o aviário deverá iniciar a sua produção de ovos no próximo mês e alguns animais estarão disponíveis para o abate ainda nas próximas semanas. “Tenho muita esperança de que um dia esse trabalho irá nos ajudar tanto quanto o milho”, afirmou Dorinha.


O projeto de avicultura do Vinte e Sete de Outubro - que deverá ser expandido para receber até 500 animais - é o terceiro implantado em áreas de reforma agrária do Sertão Ocidental de Sergipe. Além dele, também já tiveram seus aviários instalados os assentamentos Edemílson Oliveira, em Carira, e São José da Quixabeira, no município de Pedra Mole.

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