Nesta quinta-feira (17), cerca de 700 agricultores
do MST fecharam o Terminal Marítimo Inácio Barbosa (Porto de Sergipe),
situado no município da Barra dos Coqueiros, a 15 quilômetros da capital
Aracaju.
Os militantes bloquearam as entradas do Porto de
Sergipe durante cerca de 5 horas pela manhã, impedindo o embarque e
desembarque das mercadorias.
De acordo com o dirigente nacional do MST, Gileno
Damascena, o Porto de Sergipe simboliza o avanço do modelo do
agronegócio no estado de Sergipe, na produção de cana-de-açúcar, de
milho e de laranja. Uma parte importante desta produção é exportada pelo
porto, operado pela empresa transnacional Vale SA.
“O agronegócio não produz alimentos, mas
mercadorias que são vendidas no exterior. Para isto, ele expulsa os
pequenos agricultores do campo”, explicou o dirigente. O apoio do
governo a esse modelo, segundo Damascena, tem
como consequência uma paralisação da Reforma Agrária. “Mais de 16
processos de desapropriação esperam na mesa do Ministério da Casa Civil.
A presidente não assinou nenhum até agora”, explicou.
A mobilização denunciou também a ação da empresa
transnacional Vale SA, que está estendendo seu controle sobre as fontes
de minério no estado de Sergipe para produzir os adubos químicos
utilizados pelo agronegócio.
Além de denunciar o modelo do agronegócio, a
mobilização cobrou o acampamento das 8000 famílias acampadas no estado e
uma melhora das políticas públicas para os pequenos agricultores.
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