A jornada organizada pelas mulheres da Via Campesina leva o lema Mulheres Sem Terra na luta contra o capital e pela soberania dos povos.
O atual momento político bloqueia a realização da Reforma Agrária.
A classe trabalhadora no campo está sob a hegemonia do capital, que aliado aos latifundiários capitalistas impõe o agronegócio.
No entanto, os povos resistem. Na resistência, preparamos as condições do enfrentamento e da busca de vitórias.
Nessas lutas, as mulheres trabalhadoras atuam com protagonismo,
rompendo as correntes do patriarcado, construindo novas relações de
gênero e de classe.
Dessa maneira, nossas lutas se baseiam no enfrentamento direto ao capital e na defesa da Reforma Agrária.
Portanto, denunciaremos o modelo destrutivo do agronegócio, que destrói o meio ambiente e ameaça a soberania alimentar do país.
O avanço do agronegócio afeta de forma direta a realidade das mulheres.
Em
contrapartida, nossa proposta para o campo brasileiro é uma agricultura
baseada na produção agroecológica e a defesa da nossa soberania
ambiental.
As mudanças sociais só acontecem impulsionadas pelas lutas da classe
trabalhadora. Nossa tarefa principal é lutar pelas transformações
estruturais.
Diante desse cenário, as mulheres da Via Campesina construíram um
plano nacional de lutas em torno do 8 de Março, o Dia Internacional de
Lutas das Mulheres.
Nesse sentido, fazemos alianças com as mulheres trabalhadoras da
cidade para que juntas possamos mudar os rumos da história e construir
uma sociedade com novos valores e um mundo sem violência e sem opressão.
Assumimos
o compromisso de lutar incansavelmente contra toda e qualquer forma de
opressão e mercantilização da vida, do corpo e dos bens naturais.
Por que Lutamos?
A
Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra 2013, que relembra o 8
de março, tem como objetivo DENUNCIAR o capital estrangeiro na
agricultura através das empresas transnacionais e quer chamar a atenção
da sociedade do modelo destrutivo do agronegócio para o meio ambiente e
ameaça à soberania alimentar do país e a vida da população brasileira,
afetando de forma direta a realidade das mulheres.
Com o lema
Mulheres Sem Terra na luta contra o capital e pela soberania dos povos,
as mulheres do MST abrem a jornada de lutas do ano. As ações fazem
enfrentamento contra o retrocesso das conquistas dos trabalhadores e
trabalhadoras do campo, em especial a reforma agrária.
A Jornada
Nacional de Luta das Mulheres também se coloca como desafio para a
divulgação e a construção de formas de viver e produzir que contribuam
para a soberania alimentar do país e a preservação da biodiversidade
Violência contra a mulher
A
violência masculina contra a mulher é fruto do modelo patriarcal de
sociedade, onde as relações pessoais afetivas estão fundamentadas no
princípio da propriedade, do controle e do domínio sobre a mulher.
O
agronegócio, enquanto implementa a concentração de terras e riquezas em
poder de alguns, expulsa milhares de famílias de suas terras,
destruindo sua cultura e gerando vazios e isolamentos no interior.
Nesses casos, as mulheres são as primeiras a arcarem com as
consequências, não tendo onde trabalhar, sendo obrigadas a permanecerem
no espaço doméstico, com seu trabalho invisibilizado e não reconhecido.
Nesse sentido, é importante destacar também a total vulnerabilidade a
que estão relegadas para tratar da sua exposição constante aos
agrotóxicos e venenos utilizados na agricultura química do agronegócio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário