sábado, 26 de outubro de 2013

Movimentos sociais e sindicatos recepcionam mais 29 médicos cubanos


  
“Brasil, Cuba, América Central, a Luta Socialista é internacional!”.

Com estas palavras, 20 médicas e 9 médicos cubanos foram recepcionados por militantes de movimentos sociais e sindicais no Aeroporto Internacional Santa Maria, em Aracaju (SE), neste sábado (26).

A receptividade pretendeu representar a gratidão do povo brasileiro pela solidariedade internacionalista do povo cubano.

Já em setembro, o programa Mais Médico levou 29 profissionais a Sergipe, sendo 17 brasileiros, dois intercambistas e 10 cubanos.

Para Esmeraldo Leal, dirigente do MST, “já é notável uma melhoria na prestação de serviços do SUS (Sistema Único de Saúde), por isso o Movimento aplaude o programa Mais Médicos, por ajudar o povo que mais precisa”.

“É muito gratificante poder ajudar pessoas carentes sem acessibilidade aos serviços de saúde. Do ponto de vista geral é compartilhar as experiências de Cuba com os médicos brasileiros”, destacou Rodolfo Garcia, coordenador dos médicos cubanos em Sergipe.

Nesta segunda-feira (28), uma recepção dos médicos será organizada pelos movimentos sociais no Centro de Formação Canudos (Assentamento Moacir Wanderley, no povoado Queissamã).

Entre os movimentos sociais e sindicatos, estiveram presentes o MST, Movimento dos Trabalhadores Urbanos (MOTU), Levante Popular da Juventude, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central dos Trabalhadores Brasileiros (CTB).



Bem vindo aos médicos cubanos em Sergipe!

 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Fotos do Encontro estadual de Cultura e Comunicação (26 a 28 de setembro)

Cerca de 50 militantes dos setores de Cultura e Comunicação se reuniram, do 26 a 28 de setembro, para debater os rumos e as tarefas dos setores de Cultura e Comunicação. O Encontro teve lugar no Assentamento Cachoeirinha (município de Gararu), graças à organização da Brigada do MST de Nossa Senhora da Glória e ao ótimo acolhimento da família do assentado e dirigente do MST em Glória, Seu Humberto. 
Militantes das quatro regiões do Estado (Norte, Sul, Metrô, Sertão) estiveram presentes. O Encontro teve um caráter intersetorial, com a participação dos setores de Formação, Juventude, Produção e Saúde.
O Encontro foi um momento importante de formação e reorganização dos setores. Um planejamento de atividades do setor para o ano de 2014 será organizado a partir dos debates, e será aprovado durante o próximo Encontro Estadual do MST em Sergipe.
Seguem algumas fotos do Encontro.















terça-feira, 22 de outubro de 2013

Jornada pressiona governo a anunciar decretos para desapropriação de terras

Desde a última segunda-feira (15/10), movimentos e organizações estão mobilizados na luta por Reforma Agrária, renegociação das dívidas, instituição do novo crédito e contra o leilão do pré sal. Nesta quinta-feira (17/10), o governo federal se comprometeu a decretar ate 31 de dezembro 100 novas áreas para a Reforma Agrária em 21 estados brasileiros.
 
Para Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, as mobilizações de luta pela terra devem continuar, uma vez que com este anuncio o governo decreta sua opção pelo Agronegócio e reafirma seu descaso com o campesinato brasileiro.
 
“É vergonhoso um governo que já faz 1.3 meses que não decreta e chega ao fim do ano dizendo que vai decretar 100 áreas, enquanto temos hoje 160 mil famílias acampadas no país, isso sem contarmos com o sucateamos e inoperância do Incra”, afirma.
 
Além do anuncio dos decretos, Conceição salientou que uma conquista importante resultante da jornada de lutas foi o compromisso do governo em atuar junto a sua base aliada contra a PL das sementes Teminator, também chamadas de sementes suicidas, pois não podem ser guardadas para a safra seguinte porque não germinam quando plantadas, e que tramita no congresso para votação.
 
O fortalecimento do Programa deAquisição de Alimentos também entrou em pauta e o governo se comprometeu a corrigir algumas falhas na execução e desburocratizar o programa para que o camponês tenha acesso qualificado a ele.
 
PNAPO
 
Nesta quinta feira (17), durante a II Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, foi lançado o Plano Nacional de Produção de Orgânicos (PNAPO). Plano estará vigente até o final do ano de 2015, e prevê um investimento de R$ 8,8 bilhões em 125 iniciativas. O objetivo é articular políticas e ações de incentivo ao cultivo de alimentos orgânicos e de base agroecológica no país e a conservação dos recursos naturais.
 
O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, anunciou iniciativas na área do crédito (R$ 7 bilhões) com adequações do Pronaf para a agroecologia e abertura de edital na ATER para assessoria de 75 mil agricultores e agriculturas, sendo 50% mulheres. Também serão destinados R$ 168 milhões para um programa de sementes crioulas. E o plano pretende aumentar de 10 mil agricultores agroecológicos certificados para 50 mil.
 
Conceição observa que embora seja um bom programa o PNAPO necessita da execução dos créditos para os agricultores produzirem. “Se o endividamento não for solucionado e o novo crédito não for lançado esta será mais uma boa intenção sem efeitos práticos. Uma vez que, toda a execução dos créditos para produzir estão vinculados ao Pronaf que não atende as necessidades dos trabalhadores rurais”, critica.
 
A jornada Unitária
 
A Jornada Nacional Unitária de Lutas por Soberania Alimentar é resultado da construção unitária dos movimentos e organizações sociais do campo na luta pelos direitos do campesinato brasileiro. Foram realizadas mobilizações em 20 estados, entre marchas, trancamentos de rodovias, ocupações de terras, prédios públicos, refinarias, portos, etc. Todas denunciaram a paralisação da reforma agraria e a inoperância do Incra, reivindicaram o assentamentos das mais de 160 mil famílias acampadas no Brasil e o descaso do governo com o campesinato agindo como principal autor na supressão dos seus direitos.
 
Segundo Conceição, a construção da unidade dos movimentos e organizações sociais na luta concreta pelos direitos do campesinato brasileiro e contra o avanço do agronegócio sobre o campo é sem dúvida uma vitória. Pois reafirmaram o posicionamento, enquanto classe, contra o grande projeto de desnacionalização que diariamente coloca em risco a soberania do povo brasileiro.
 
“Cada vez mais estamos perdendo a soberania do nosso país. O ministério da agricultura segue liberando mais veneno para as produções de monoculturas das transacionais em detrimento da produção de alimentos, o governo federal não assume concretamente o tema das desapropriação e coloca a força nacional de segurança para entregar o petróleo de libra para os estrangeiros. Nossa pauta se encontra parada nas gavetas dos burocratas do governo, que tem medo de enfrentar os ruralistas para construir uma pauta que respeite as reivindicações do campesinato brasileiro”, denuncia.
 
Por Iris Pacheco
Da Página do MST (www.mst.org.br), 21 de outubro de 2013

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sem Terrinha em ação no Aniversário do Acampamento Maria Lindaura

Dias 18 e 19 de outubro, cerca de 150 crianças do acampamento Maria Lindaura (município de Japoatã, região Norte do Estado de Sergipe) participaram, junto com seus pais, ao Encontro "Sem Terrinha em ação".
Realizado em parceria com o coletivo de Saúde do MST-Sergipe, o Encontro propiciou momentos de formação e educação em saúde, voltados aos pais como às crianças, com oficinas de animação infantil, higiene bucal, cuidados nutricionais e higiene, soberania alimentar e desenvolvimento infantil.
O Encontrou foi também um momento importante de socialização e diversão para as crianças, com muitas brincadeiras, uma tenda de contos, uma biblioteca coletiva, jogo de futebol e a apresentação do Musical "Cadê o rato"?
O Encontro foi organizado dentro das atividades de comemoração do primeiro aniversário do Acampamento Maria Lindaura. O acampamento é um dos maiores do Estado de Sergipe, com 450 famílias Sem Terra. Dia 19, a partir da tarde, centenas de acampados e habitantes dos municípios vizinhos participaram de uma grande festa. A comemoração contou com manifestações culturais (samba de coco, banda de pifano, capoeira, reisado), churrasco e comidas deliciosas. Sem esquecer o bolo de aniversário, de um metro de cumprimento, preparado pelas acampadas. A noite, várias bandas animaram a festa.
Viva a luta do Maria Lindaura!










quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cerca de 700 Sem Terra fecham Porto de Sergipe

Nesta quinta-feira (17), cerca de 700 agricultores do MST fecharam o Terminal Marítimo Inácio Barbosa (Porto de Sergipe), situado no município da Barra dos Coqueiros, a 15 quilômetros da capital Aracaju.
Os militantes bloquearam as entradas do Porto de Sergipe durante cerca de 5 horas pela manhã, impedindo o embarque e desembarque das mercadorias.
De acordo com o dirigente nacional do MST, Gileno Damascena, o Porto de Sergipe simboliza o avanço do modelo do agronegócio no estado de Sergipe, na produção de cana-de-açúcar, de milho e de laranja. Uma parte importante desta produção é exportada pelo porto, operado pela empresa transnacional Vale SA.
“O agronegócio não produz alimentos, mas mercadorias que são vendidas no exterior. Para isto, ele expulsa os pequenos agricultores do campo”, explicou o dirigente. O apoio do governo a esse modelo, segundo Damascena,  tem como consequência uma paralisação da Reforma Agrária. “Mais de 16 processos de desapropriação esperam na mesa do Ministério da Casa Civil. A presidente não assinou nenhum até agora”, explicou.
A mobilização denunciou também a ação da empresa transnacional Vale SA, que está estendendo seu controle sobre as fontes de minério no estado de Sergipe para produzir os adubos químicos utilizados pelo agronegócio.
Além de denunciar o modelo do agronegócio, a mobilização cobrou o acampamento das 8000 famílias acampadas no estado e uma melhora das políticas públicas para os pequenos agricultores.
A luta faz parte da jornada internacional de lutas da Via Campesina por soberania alimentar, que teve início nesta segunda-feira (14) e segue até sexta (18).






quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Camponeses ocupam Ministério da Agricultura em jornada de lutas

 

16 de outubro de 2013
Da Página do MST


Movimentos sociais do campo ocuparam o Ministério da Agricultura em Brasília na manhã desta quarta feira (16), em Brasília. O objetivo da mobilização é reivindicar que o governo promova desapropriação de terras para a Reforma Agrária, institua uma política econômica de crédito para os camponeses e encontre uma solução definitiva das dívidas.

De acordo Alexandre Conceição, da Coordenação Nacional do MST, a jornada unitária, que faz parte das ações conjuntas dos movimentos para se enfrentar o agronegócio, é uma forma de pressionar o governo para que desenvolva políticas publicas agrárias para o campo.

“O governo Dilma abandonou a Reforma Agrária. Enquanto o agronegócio avança sem limites de regras democráticas na agricultura brasileira, o campesinato sofre com a falta de desapropriação de terras, com o endividamento crônico e a ausência de uma política econômica de crédito”, afirma.

Hoje no Brasil, cerca de 800 mil famílias camponesas estão atoladas no endividamento crônico. O governo não apresentou nenhuma medida efetiva para solucionar a questão.

Para o secretário de políticas agrárias da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Zenildo Pereira, a unidade camponesa se faz necessárias para intensificar o processo de luta e resistência ao avanço do agronegócio no campo.

“Essa ação conjunta pauta a Reforma Agrária e nosso posicionamento contra o agronegócio que avança de maneira feroz sobre o campesinato brasileiro, somos contra o grande projeto de desnacionalização que diariamente põe em risco a soberania do povo brasileiro” salienta.

Os povos ribeirinhos também tem sofrido com essa ofensiva do capital, constantemente seus territórios vem sendo ameaçado por suas diversas formas de atuação. Para Marizélia Carlos, do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP), “a defesa da soberania alimentar está ligada a defesa dos nossos territórios, pois é lá que produzimos alimentos saudáveis. O ministério da Pesca está com um projeto de aquicultura em grande escala que visa a privatização das águas públicas e põe em risco a população ribeirinha que tem a pesca artesanal como modo de vida”, denuncia.

Jornada Unitária de Lutas por Soberania Alimentar

No último período, as lutas e mobilizações dos movimentos sociais do campo tem ocorrido de forma unificada para pressionar o Estado brasileiro em uma maior dimensão.

O intuito é afirmar a luta dos povos campesinos brasileiros pelo direito à terra e dar continuidade ao processo de unidade dos respectivos movimentos. Nesse sentido é que desde esta terça feira, 15, em diversos estados vem sendo realizadas várias ações e exige que o governo deixe de ser refém do modelo do agronegócio e faça Reforma Agrária no Brasil.

No ES mais de 1500 camponeses chegam na capital dando início à Jornada Nacional de Lutas
Vindos de mais de 30 municípios do Espírito Santo, camponeses e camponesas do Movimento dos Pequenos Agricultores ocuparam a secretaria de agricultura do estado. O Movimento cobra respostas efetivas do estado quanto à demanda da agricultura camponesa, historicamente ignorada e marginalizada.

MPA ocupa unidade de pesquisa da Monsanto em Petrolina

Na manhã desta terça-feira (15) cinco mil camponeses e camponesas do nordeste, organizados/as no Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), ocuparam a 36ª Unidade de Pesquisa da Monsanto no Brasil, localizada no distrito de irrigação Nilo Coelho, em Petrolina/PE.

Em Rondônia, MPA ocupa prefeitura municipal de Jaru

Mais de duzentos camponeses organizados pelo MPA ocuparam ontem (14) o prédio da prefeitura de Jaru, em Rondônia. A mobilização faz parte das ações da jornada nacional de lutas por soberania alimentar que acontece entre os dias 14 a 18 de outubro em todo o Brasil.

Via Campesina ocupa sede do Incra em Porto Alegre

Na manhã desta terça-feira, 15, cerca 1200 trabalhadores ligados à Via Campesina, ao Movimento dos Trabalhadores Desempregados, à Federação dos Metalúrgicos e ao Levante Popular da Juventude, ocuparam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em Porto Alegre/RS. Em pelo menos 11 cidades do interior do estado estão ocorrendo ocupação das agências bancárias.
Atingidos por barragens ocupam Departamento Nacional de Produção Mineral, em BH

Na manhã desta terça-feira, 15, centenas de atingidos por barragens ligados ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no estado de Minas Gerais ocuparam Departamento Nacional de Produção Mineral, em Belo Horizonte. A ocupação faz parte da Jornada Nacional de Lutas que acontece nesta semana em diversas regiões do país.

Repúdio à privatização das águas no Brasil fará parte da Jornada de Lutas em Brasília
MPP aproveitará mobilização nacional para denunciar a violação dos direitos de pescadores e pescadoras, entre elas, a política de incentivo à privatização de corpos d’águas no país.

Em Santa Catarina, a Via campesina ocupa o Incra e pressiona por Reforma Agrária

Na manhã desta terça-feira, 15, cerca de 400 militantes dos diversos movimentos sociais que formam a Via Campesina em Santa Catarina ocuparam o INCRA. Também realizaram na Universidade Federal de Santa Catarina uma aula aberta sobre a questão do petróleo e também entregaram pedidos para a Fundação do Meio Ambiente (FATMA), órgão estadual do meio ambiente, para denunciar a situação dos Atingidos por Barragens no Estado.

Via Campesina ocupa fazendas e prefeituras em São Paulo

Cerca de 300 famílias ocuparam a Fazenda União na região de Iaras, município de Borebi. A área faz parte do núcleo colonial monções, um conglomerado de 40 mil ha de terras públicas da união invadidas por empresas do agronegócio e fazendeiros.

Em Ribeirão Preto, assentados ocuparam a Prefeitura Municipal e o prédio da Caixa Econômica. O objetivo é reivindicar o direito das famílias acessarem o crédito destinado para a construção de moradias.

Na Paraíba movimentos fazem marcha pela Reforma Agrária e contra a violência no campo

Cerca de 2.500 camponeses realizam marcha pela Reforma Agrária, escolas e fim da violência no campo. Desde a manhã de segunda feira, 14, eles saíram do acampamento Wanderley Caixe, na Cidade de Caaporã, divisa da Paraíba e Pernambuco, em direção a cidade de João Pessoa. Foram dois dias de marcha e mais de 70 km de caminhada rumo a capital da Paraíba pela BR 201.

Além de denunciar e cobrar ações do governo federal e estadual sobre a violência sofrido pelo homem do campo materializadas nessa semana pelos jagunços contratados pela Usina Maravilha que entraram armados no último sábado, 05, em busca de uma liderança do MST no acampamento Wanderley Caixe.

Os trabalhadores rurais ficarão mobilizados durante toda a semana fazendo lutas na cidade de João Pessoa.

Membros do MST ocupam lotes do Platô de Neópolis

 Acampamento Maria Lindaura, Região Norte do estado de Sergipe

Por: JornaldaCidade.Net

Cerca de 500 pessoas ocuparam ontem o Platô de Neópolis. A ação foi organizada pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) e pela Via Campesina. O objetivo foi denunciar o agronegócio. “O agronegócio tem sido complicado para o mundo. São poucas transnacionais que o dominam; ele também não ocorre de forma sustentável”, disse Gileno Damascena, coordenador estadual do MST.
Outro motivo para a intervenção é o fato de hoje ser o Dia Mundial da Alimentação. “O mundo conta com mais de 800 milhões de pessoas com fome”, disse. Ainda não foi decidido se a ação se estenderá por mais dias. Não houve resistência por parte de policiais nem de proprietários de terras.
A ocupação, segundo os organizadores, foi simbólica. A razão é o que platô representa o agrobusiness para a região Norte de Sergipe onde, segundo Damascena, terras públicas foram tiradas de pequenos e médios produtores para serem entregues aos maiores. 
 Condenação
Mas o agronegócio não seria importante para a economia do país e para a produção de alimentos em larga escala a grandes populações, como a brasileira? “O discurso é com esse argumento de que é preciso lançar mão de várias tecnologias para produzir à população mundial. Mas esse argumento foi desmanchado; se você conversar com estudiosos do agronegócio, eles falarão que não é verdade a produtividade é ampliada desse jeito”, frisou Gileno Damascena. Um argumento é de que a agricultura familiar absorveria 70% da mão de obra do campo e produziria entre 70% e 75% dos alimentos que vão à mesa do brasileiro. “Esses dados são do IBGE”, disse. 
Seria uma contradição, portanto, a disparidade entre o investimento ao pequeno e grande produtor por parte do Governo Federal. “São R$ 140 bilhões anuais para o agronegócio e R$ 30 bilhões para os pequenos agricultores. Veja a diferença de salário entre o agrônomo do Incra quanto ganha outro no MAPA [Ministério da Agricultura], o ministério dos grandes produtores; você vai ver a disparidade”. O valor de R$ 30 bilhões também não seria executado em sua integralidade. Outros problemas seriam o endividamento, a falta de assistência técnica e as disfunções da burocracia. “Há varias formas de produzir de forma sustentável, orgânica, em pequena escala, e muito mais eficiente do ponto de vista produção alimentar”.
 Audiência pública
Uma audiência pública ocorrerá hoje em Estância, na qual são esperadas entre mil e 1.500 pessoas, entre catadores mangabas, membros do MST e demais moradores de Itaporanga a Indiaroba. O objetivo é efetivar o registro da reserva extrativista; a implantação da Resex favoreceria a atuação de pescadores, catadoras de mangaba e extrativistas dos mais variados; o espaço conta também com acampamentos de reforma agrária.“Mais de mil famílias vivem nessa região com o pior IDH do Estado e tanto o governo federal quanto o estadual não fazem nada”, disse Damascena.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

500 famílias do MST ocupam lote do Platô de Neopolis!

Essa terça-feira (15/10), 500 famílias do MST ocuparam um lote do Platô de Neopolis , na Região Norte do Estado de Sergipe.
As 500 famílias Sem Terra questionam o Projeto do Platô de Neopólis, reivindicam a Reforma Agrária e defendem a soberania alimentar no Brasil.
O Projeto irrigado do Platô de Neópolis é situado à margem direita do Rio São Francisco, envolvendo os municípios de Neópolis, Japoatã, Pacatuba e Santana do São Francisco. Inicialmente destinados à fruticultura, os lotes irrigados do Platô estão hoje utilizados para o cultivo de cana-de-açúcar e a criação de gado.
A atividade faz parte da Jornada da luta da Via Campesina.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Dilma não desapropriou nenhuma área para Reforma Agrária em 2013


Do ponto de vista da redistribuição de terras, 2013 caminha para ser o pior ano da reforma agrária desde o início do período da redemocratização, em 1985. Faltando menos de três meses para o fechamento das atividades do ano, a presidente Dilma Rousseff ainda não assinou nenhum decreto de desapropriação de imóvel rural, por interesse social, destinando-o para a criação de assentamentos rurais.

Se mantiver a caneta imobilizada, ela vai ficar atrás de Fernando Collor de Mello - o presidente que menos se interessou pela reforma nos 28 anos da redemocratização. Em 1992, ele assinou apenas quatro decretos declarando imóveis rurais de interesse social para a reforma - o menor índice de todos (o maior coube a Fernando Henrique Cardoso, com 845 decretos assinados em 1998).

A ausência de decretos também pode confirmar de maneira cabal a inflexão que Dilma decidiu imprimir ao tratamento da reforma desde o início de seu mandato. Em 2010, prestes a deixar o Palácio do Planalto, o então presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva assinou 158 decretos de desapropriação de imóveis rurais. No ano seguinte, a afilhada política dele baixou a marca para 58. Em 2012, ela manteve o freio e reduziu para 28 decretos.

Na avaliação do Movimento dos Sem Terra (MST), maior organização do País dedicada à luta pela redistribuição de terras, a inflexão se deve à aproximação da presidente com grupos ruralistas que se opõem à reforma. "O governo Dilma é refém do agronegócio", afirma Alexandre Conceição, da coordenação nacional do movimento. Segundo suas informações, existem 150 mil famílias acampadas no País, à espera de lotes de terra. A maior concentração de acampados estaria na Bahia, com 50 mil famílias.

Proveniente daquele Estado, o deputado federal petista Valmir Assunção não poupa críticas a Dilma. Ele tem dito que o governo dela já representa "os piores anos para a reforma agrária no Brasil".

Campanha
O protesto mais bem organizado contra a política do governo, porém, partiu de dentro do próprio governo, entre os engenheiros agrônomos lotados no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em briga com o Ministério do Desenvolvimento Agrário por questões salariais, na semana passada eles lançaram uma campanha nacional denominada Falecimento da Reforma Agrária.

Além de divulgarem estatísticas apontado a queda nas desapropriações, realizaram atos públicos nos quais foram usados caixões funerários para a encenação do enterro da reforma.

"A ausência de desapropriações reflete uma decisão do governo, que negligencia há muito tempo a gestão das terras do País. Só não tiveram a coragem ainda de dizer isso à sociedade", diz Ricardo Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários, que organizou o protesto.

'O ano não acabou'

O presidente do Incra, Carlos de Guedes, contesta as críticas. Reconhece que ainda não foi assinado nenhum decreto de desapropriação, mas ressalva que o ano não acabou. "No ano passado, disseram que não iríamos assentar nem dez mil famílias e chegamos a 23 mil", afirma.

Guedes também observa que, mesmo sem desapropriações, 10 mil famílias foram assentadas neste ano. "Nós adquirimos imóveis por compra e venda, tivemos destinação de áreas em terras públicas, tivemos governos estaduais destinando terras para a reforma e o Incra entrando junto. São os processos usuais da reforma agrária", diz.

Segundo o presidente do Incra, a maior preocupação do governo no momento não são os decretos de desapropriação. "O grande desafio é viabilizar o assentamento. Não adianta só dar terra", diz. "Estamos implementando mudanças significativas para acelerar a implementação de políticas públicas nos assentamentos. Hoje, quando as famílias entram na terra, o programa Minha Casa Minha Vida já começa a trabalhar a questão da habitação. Antes, o Incra demorava de quatro a cinco anos para fazer uma moradia."

 Roldão Arruda
Do O Estado de S.
7 de outubro de 2013

Trabalho de base no Acampamento Valdir Macedo

O acampamento Valdir Macedo está situado no município de Jandaira, no estado de Bahia, divisa com o estado de Sergipe. 120 famílias do MST estão ocupando o local há 7 meses, reivindicando a desapropriação da Fazenda Cambui, um latifúndio improdutivo da região.
Dias 5 e 6 de Outubro, o acampamento organizou o seu primeiro Encontro de Formação, com a participação dos setores de formação, comunicação e cultura. 
Os temas da organicidade do MST, do contexto da luta pela terra no Brasil, do papel da Mídia na luta de classe e do VI. Congresso do MST foram debatidos. A participação dos acampados foi muito importante. 
O Encontro foi também um momento de festa e comemoração da luta, com muita música popular, comidas deliciosas e uma lindíssima noite cultural.
Parabéns a todos e todas pelo excelente trabalho e, mais que tudo, às famílias do Acampamento pelo seu exemplo de luta! MST, a luta para valer!



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Feira leva Reforma Agrária à capital Aracaju



 
Aracaju está vivendo ao ritmo da Reforma Agrária: na Praça Fausto Cardoso, situada no centro da cidade, a população pode cheirar, tocar e comprovar a riqueza da produção camponesa. Debaixo de bancas cobertas de lona preta, centenas de assentados e acampados do MST apresentam a variedade dos alimentos que chegam à mesa do trabalhador brasileiro: abobras, milho, feijão, macaxeira, frutas, mel, ovos, galinhas de capoeira, geleias artesanais, doces e bolos. Todos os alimentos provêm de áreas de Reforma Agrária, e a maioria está produzida sem uso de agrotóxicos. Os assentados e acampados expõem também artesanato tradicional, xaropes e sabonetes produzidos a partir de plantas medicinais.

IV Feira da Reforma Agrária

Do 1 ao 4 de outubro, a IV Feira da Reforma Agrária do estado de Sergipe leva os frutos da luta do MST diretamente ao consumidor, propiciando um momento importante de diálogo com a sociedade. “A melhor forma de responder às pessoas que não acreditam na Reforma Agrária é trazer os nossos produtos”, afirma Esmeraldo Leal, da direção estadual do MST. “A feira mostra à sociedade que as famílias que lutaram e conquistaram a terra estão hoje produzindo alimentos que chegam à mesa do trabalhador urbano. Isto é o melhor contraponto ao discurso da grande Mídia, que criminaliza o movimento.” Em Sergipe, 13000 famílias estão hoje assentadas graças à luta do MST.

Contato direto

Para João Gomes, do assentamento Jacaré-Curituba (município de Poço Redondo, no Alto Sertão de Sergipe), além de tudo a Feira também permite o contato direto entre produtor e consumidor: “Muitas vezes, comercializamos a nossa produção através do atravessador, que paga um preço baixo ao produtor, mas cobra caro ao consumidor, prejudicando aos dois. Com a venda direta, o produtor recebe um preço justo para o seu trabalho, e o consumidor compra mais barato.”

Muitos acampados participam também da Feira, demonstrando que a produção começa desde o início do processo de luta pela terra. Militantes dos acampamentos Mario Lago e Tingui (região metropolitana do estado) trouxeram frutas, hortaliças, macaxeira, inhame, milho, patos e galinhas. “Apesar de estarmos só um acampamento, já estamos vendendo os nossos produtos, que são orgânicos. Queremos que tenham mais dessas feiras, para animar o agricultor a produzir de forma agroecológica”, afirma Marcos André de Lima, dirigente do Mario Lago.

Agroecologia

As polpas, as geléias e os biscoitos vendidos pelo assentado José Mauricio Lima são produzidos na pequena agroindústria do assentamento Roseli Nunes, situado na região Sul do estado. Para ele, a Feira ajuda o produtor rural a melhorar suas condições de vida, e permite que o trabalhador da cidade tenha acesso a alimentos saudáveis: “O veneno está matando o pessoal da cidade. Os casos de câncer estão disparando. Produzindo de forma agroecológica, podemos melhorar a saúde da população brasileira.”

Os participantes estão unanimes: a Feira é um espaço importante de divulgação da Reforma Agrária como alternativa ao modelo do agronegócio. Segundo Esmeraldo Leal, a experiência tem de ser ampliada: “A boa recepção do evento por parte da sociedade vai motivar os camponeses a organizar outras feiras nas regiões do Estado”, ressalta o dirigente.





Cultura popular

Além da produção da terra, a Feira traz muita produção cultural, animação e alegria à capital. Toda noite, a Praça Fausto Cardoso está animadíssima, com shows musicais resgatando a cultura popular brasileira. Os artistas Pedro Muñoz, Chico Queiroga, Antônio Rogério, Lupercio, Valdeless, o grupo Guerreiro subiram, entre outros, no palco da Reforma Agrária. Quinta-feira será a noite do Forró Pé de Serra.