Leia:
CARTA
DE DENUNCIA A INTRANSIGÊNCIA DO DIRETOR DO MINISTERIO DO MEIO
AMBIENTE NO PROJETO BRA/14/G32 “CONHECIDO
EM SERGIPE COMO PROJETO PNUD”
Nós,
agricultores/as e técnicos/as ligados/as aos Assentamentos e
Comunidades Camponesas do Sertão de Sergipe, que nos últimos 10
anos ajudamos a construir o colegiado do território do Alto Sertão
Sergipano, utilizamos desta carta para denunciar e repudiar a
intenção do atual diretor da pasta de Desenvolvimento Rural
Sustentável e Combate a Desertificação do Ministério de Meio
Ambiente, o Senhor Valdemar
Rodrigues,
em mudar de forma autoritária os rumos do Projeto BRA/14/G32
PIMS 3066 SERGIPE (projeto
gerido em parceria entre o GEF, PNUD e MMA),
que
trata de fomentar tecnologias sociais e boas práticas de convivência
com o semiárido nos Assentamentos Valmir Mota, Jacaré Curituba e
Florestan Fernandes, em Canindé do São Francisco, além da
Comunidade Rural Poço Preto, localizada no município de Poço
Redondo, Alto Sertão Sergipano.
O
primeiro ano do projeto foi marcado pelo trabalho em conjunto com as
famílias das quatro áreas envolvidas, que produziu como resultado
coletivo um diagnóstico socioambiental de cada área; a relação
das boas práticas e tecnologias de interesse dos agricultores
envolvidos, visando o apoio financeiro do projeto, assim como a
inserção e envolvimento das famílias camponesas no contexto do
projeto. Esses resultados foram alcançados por meio da realização
de inúmeras oficinas, reuniões, cursos, dias de campo, visitas
individuais e coletivas nos assentamentos e comunidades.
Após
receber, avaliar e aprovar o diagnóstico e a relação das
intervenções desejadas pelas famílias, o MMA, por meio da
diretoria de Combate a Desertificação lançou um edital que atendia
boa parte das demandas apontadas. Porém, depois de concluída esta
fase e contratadas as instituições para execução das ações
previstas no edital, o Senhor Valdemar resolve por conta própria,
para o desgosto das famílias, retirar parte significativa do que já
estava previsto, contratado, e com recurso financeiro assegurado pelo
projeto segundo a demanda das famílias e o diagnóstico das áreas.
É importante destacar ainda que o mesmo tem divulgado por onde passa
que vai substituir 03 das 04 áreas, comprometendo todo trabalho já
realizado com financiamento do projeto e causando grande insatisfação
e frustrações aos envolvidos que, ao longo desse período, reuniram
esforços junto ao projeto.
Diante
desse contexto, da importância do projeto e de toda expectativa
criada na região, sobretudo com as famílias diretamente envolvidas,
reivindicamos que o processo do projeto seja respeitado e que sejam
executadas todas as ações previstas no edital, além da ampliação
para outras áreas, sem substituição ou redução das ações
previstas para cada comunidade.
Na
certeza de que toda essa situação será resolvida pelos
responsáveis, em respeito ao processo e as famílias, assinamos:
Poço
Redondo – SE, 15 de Janeiro de 2018.
Assentamentos
Valmir Mota
Assentamento
Jacaré Curituba
Assentamento
Florestan Fernandes
Comunidade
Poço Preto
MST
– Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
MPA
– Movimento dos Pequenos Agricultores
Foto/ Elielma Vasconcelos |