DESDE A
CAMPANHA das Diretas Já, na década de 1980, não tínhamos mobilizações de rua
tão vigorosas. Os protestos que eclodiram pela indignação da juventude frente a
diversos fatores já analisados por nosso jornal serviram para provocar muitas mudanças
na política brasileira.
O governo
Dilma teve que sair de seu pedestal e veio dialogar com as ruas propondo uma
reforma política,
uma constituinte
e um plebiscito popular. E, finalmente,
passou a se reunir com todos os setores organizados. Coisa que não havia feito
ao longo de seus dois anos e meio de mandato!
As
elites, através da Rede Globo tentaram controlar as ruas e dar uma pauta
direitista. Tampouco conseguiram. Sobrou-lhes o papel de atiçar uma polícia
despreparada e seguir infiltrando grupos fascistas e serviços
de inteligência das polícias para provocar violência e descaracterizar o
movimento. Também, tampouco conseguiram. Quanto mais reprimem, mais o povo fica revoltado.
A Rede
Globo se achava a portavoz do povo. Ledo engano. Mal consegue enganar os
televidentes das
novelas.
A juventude nas ruas teve um só ponto unitário: fora a Rede Globo!
Agora,
chegou a vez do povo organizado nos movimentos sociais, nas pastorais e no
movimento sindical.
Pela
primeira vez, depois da derrota de 1989, não se via uma unidade popular tão
ampla. Nos últimos dias, diversas plenárias nacionais uniram partidos de esquerda,
todos, todas as centrais sindicais, e mais de 77 movimentos sociais
organizados. E desse clima de unidade tirou-se uma plataforma políticacomum,
que extrapola a luta pelo transporte público gratuito e de qualidade e avança
para as reformas estruturais que a classe trabalhadora precisa e luta há muito
tempo. Todos os setores organizados da classe se uniram.
Há uma
prioridade que é fazer a reforma política, que abarque desde a exclusividade do
financiamento público de campanha até o direito da
população de convocar plebiscitos populares sobre qualquer tema, com um por
cento dos eleitores. Portanto, precisamos lutar pelo plebiscito popular e pela
realização de uma constituinte que possam avançar ainda mais nas reformas estruturais
que a sociedade brasileira precisa.
popular,
que consiga brecar os setores conservadores na mídia, no Judiciário e no
Congresso. E pressionar o governo para que tenha coragem de avançar ainda mais,
e conseguir de fato, mudanças na melhoria das condições de vida de toda
população.
Precisamos,
desde logo, apoiar a organização de comitês populares, em cada bairro, em cada
setor
social,
em cada município de todo o Brasil, para organizar a mobilização e seguir a
frente organizando o processo de consulta no plebiscito popular a ser
convocado.
Assim,
fazer com que nossa voz se transforme em novas leis – seja pelo atual Congresso
seja por uma fu-
tura
constituinte. Por isso, o Brasil de Fato, como humilde porta-voz dos interesses
do povo, e fiel aos movimentos sociais que o
sustentam, quer contribuir para estimular a que todos os setores sociais
se
organizam da melhora forma possível, para fazermos grandes mobilizações
sociais, em todo o território
nacional.
Dia 11 é
dia de todo o povo ir para a rua e lutar por mudanças econômicas e sociais para
o Brasil.
Vamos à
luta, que somente lutando melhoraremos as condições de vida de todo o povo.
Texto retirado do Brasil de Fato número 540, 4 a 10 de Julho de 2013
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