quarta-feira, 28 de novembro de 2012


Sergipe: 1500 Sem Terra ocupam Banco do Nordeste e conseguem conquistas


Nesta terça-feira, dia 27 de novembro, 1500 integrantes do Movimento Sem Terra ocuparam agências do Banco do Nordeste nos municípios de Nossa Senhora da Glória, Gararú, Tobias Barreto, Estância e Carira.
Os trabalhadores rurais protestavam contra a demora do Banco para liberar as linhas de crédito já disponibilizadas pelo governo federal para a luta contra a seca. Segundo José Augusto dos Santos Nazaré, dirigente do MST em Sergipe: "O Banco pediu projetos para liberar os créditos. Os assentados entregaram os projetos, realizados com os técnicos, mas o banco não liberou o dinheiro até agora. E os animais estão morrendo de fome!"
Situação crítica
Para os assentados, a situação é critica: há dois anos que não está chovendo na região do Alto Sertão sergipano. Segundo José da Silva, agricultor do assentamento Bom Jardim (município de Monte Alegre): "O nosso gado, que já é pouco, está se acabando de fome. O banco nos disse que poderíamos receber o crédito se fizéssemos um projeto. Entregamos o projeto, mas o gerente do banco nos disse depois que não iríamos receber nada. Agora, o preço da ração aumentou, e não consigo comprar alimentação para meus animais."
Além da liberação dos créditos, os manifestantes exigiam a re-negociação das dívidas para os assentados e a possibilidade de entregar novos projetos ao banco.
A mobilização trouxe conquistas
O resultado da mobilização foi positivo: depois de quatro horas de ocupação, a superintendência do Banco do Nordeste se comprometeu a liberar os créditos para todos os projetos protocolados nas agências do Banco em Sergipe, no prazo de 10 dias, e aceitou renegociar as dívidas dos assentados. A manifestação foi encerrada depois do anúncio desta vitória. Como ressaltou Manuel Antonio de Oliveira Neto, da Direção Estadual do MST-Sergipe: "Os créditos vão amenizar o sofrimento dos assentados atingidos pela seca. Mais uma vez, comprovamos que a mobilização é a única forma de ter conquistas para os trabalhadores rurais."
A ocupação dos bancos em Sergipe fez parte de uma jornada nacional de mobilização do MST, que contou com mobilizações em todos os Estados da região Nordeste do país, cobrando uma maior agilidade na liberação dos créditos para os pequenos agricultores atingidos pela seca.



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