sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Sergipe: Acampamento Mario Lago comemora 10 anos de lutas e conquistas



 
Domingo (25\08) será dia de festa no Acampamento Mario Lago. As 92 famílias do acampamento, situado no município de Riachuelo, região metropolitana do Estado de Sergipe, estarão comemorando uma longa jornada de lutas e conquistas.
Há dez anos, dia 15 de Julho de 2003, 650 famílias Sem Terra montavam um acampamento dentro do perímetro irrigado Jacarecica II. O perímetro, situado na bacia do Rio Jacarecica, estava originalmente destinado a pequenos agricultores para a fruticultura. A ocupação do MST denunciava a entrega desses lotes irrigados a fazendeiros e grandes empresários pelo governo do estado de Sergipe, liderado na época pelo governador Albano Franco (PSDB).
Segundo Marcos André de Lima (“Camaleão”), integrante da direção estadual do MST e coordenador do Acampamento Mario Lago, “os empresários presentes na região só tem como finalidade a monocultura de cana-de-açúcar, que está virando uma epidemia.”
As famílias Sem Terra enfrentaram uma forte repressão, sofrendo nove despejos. Apesar das dificuldades, 92 famílias seguem no Mario Lago, firmes na luta. O projeto Jacarecica II conta com outros três acampamentos: Santa Maria, Nova Escuta, e uma parte do acampamento Zumbi dos Palmares (fazenda Tingui).
No mês de julho deste ano, o MST ocupou a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos do Estado de Sergipe (Cohidro), arrancando uma conquista importante: “Saímos com a determinação da federalização: a terra vai ser repassada para o governo federal, para que ele faça o assentamento das famílias.” Apesar dessa conquista, a situação do acampamento Zumbi dos Palmares, o mais antigo do estado de Sergipe, com 17 anos de ocupação, segue preocupante: “As 22 famílias da Tingui têm uma produção de alimentos muito grande, mas estão ameaçadas de despejo pelo Poder Judiciário. Estamos lutando contra esta grande injustiça.”
Para Camaleão, a festa do Acampamento Mario Lago será de todos e todas as famílias acampadas no perímetro: “Eu acredito que a festa vai ser comemorada por todos os companheiros. Valeu a pena esperar 10 anos de luta e sofrimento, porque agora tem um horizonte de esperança para que a vida de cada um seja mais feliz.”
A festa comemoração começara ás 5 horas da manhã. Contará com um culto religioso, uma missa, um ato político e, a partir da tarde, várias bandas de música. Todos e todas companheiros e companheiras que apoiam o movimento estão convidados.




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