Domingo (25\08) será dia de festa
no Acampamento Mario Lago. As 92 famílias do acampamento, situado no município
de Riachuelo, região metropolitana do Estado de Sergipe, estarão comemorando
uma longa jornada de lutas e conquistas.
Há dez anos, dia 15 de Julho de
2003, 650 famílias Sem Terra montavam um acampamento dentro do perímetro
irrigado Jacarecica II. O perímetro, situado na bacia do Rio Jacarecica, estava
originalmente destinado a pequenos agricultores para a fruticultura. A ocupação
do MST denunciava a entrega desses lotes irrigados a fazendeiros e grandes
empresários pelo governo do estado de Sergipe, liderado na época pelo
governador Albano Franco (PSDB).
Segundo Marcos André de Lima
(“Camaleão”), integrante da direção estadual do MST e coordenador do
Acampamento Mario Lago, “os empresários presentes na região só tem como
finalidade a monocultura de cana-de-açúcar, que está virando uma epidemia.”
As famílias Sem Terra enfrentaram
uma forte repressão, sofrendo nove despejos. Apesar das dificuldades, 92
famílias seguem no Mario Lago, firmes na luta. O projeto Jacarecica II conta
com outros três acampamentos: Santa Maria, Nova Escuta, e uma parte do
acampamento Zumbi dos Palmares (fazenda Tingui).
No mês de julho deste ano, o MST
ocupou a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos do Estado de Sergipe
(Cohidro), arrancando uma conquista importante: “Saímos com a determinação da
federalização: a terra vai ser repassada para o governo federal, para que ele
faça o assentamento das famílias.” Apesar dessa conquista, a situação do
acampamento Zumbi dos Palmares, o mais antigo do estado de Sergipe, com 17 anos
de ocupação, segue preocupante: “As 22 famílias da Tingui têm uma produção de
alimentos muito grande, mas estão ameaçadas de despejo pelo Poder Judiciário.
Estamos lutando contra esta grande injustiça.”
Para Camaleão, a festa do Acampamento
Mario Lago será de todos e todas as famílias acampadas no perímetro: “Eu
acredito que a festa vai ser comemorada por todos os companheiros. Valeu a pena
esperar 10 anos de luta e sofrimento, porque agora tem um horizonte de
esperança para que a vida de cada um seja mais feliz.”
A festa comemoração começara ás 5
horas da manhã. Contará com um culto religioso, uma missa, um ato político e, a
partir da tarde, várias bandas de música. Todos e todas companheiros e
companheiras que apoiam o movimento estão convidados.
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