O Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do
Sistema Político foi lançado em Sergipe no dia 31 de janeiro deste ano, na
capital Aracaju. A campanha a favor do plebiscito está chegando agora às cinco
regiões do estado.
Nesta segunda-feira (24/02), movimentos
sociais, sindicatos e entidades da sociedade civil do Alto Sertão de Sergipe se
reuniram na cidade de Monte Alegre para debater a construção do Plebiscito popular
na região. Participaram representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), do Sindicato dos
trabalhadores rurais, do Sindicato dos Servidores Públicos, do Levante Popular
da Juventude, da Comissão Pastoral da Juventude rural, das Igrejas, do Conselho
Municipal da Saúde de Monte Alegre, do Centro de Formação em Agropecuária Dom José
Brandão de Castro.
Sistema político excludente
“As grandes mobilizações de junho
de 2013 mostraram a profunda rejeição do atual sistema político pelo povo
brasileiro” afirmou Damião Rodrigues, militante do MPA. De fato, 273 dos 594
parlamentares eleitos em 2010 são empresários, e 160 deles integram a bancada
ruralista, que defende os interesses do agronegócio. Ao mesmo tempo, setores maioritários
dentro da sociedade estão sub-representados ou sem representação dentro do
Congresso. É o caso da classe trabalhadora, das mulheres, da juventude, da
população negra e indígena. “O financiamento privado – e oculto – das campanhas
eleitorais reforça a exclusão da classe trabalhadora. Quem paga as campanhas
dos candidatos são os bancos e as grandes empresas”, disse Damião. Por isto, segundo
o militante, só o financiamento público das campanhas poderá abrir espaço á
participação popular nas instituições políticas.
A discussão enfatizou a
necessidade de massificar a bandeira do Plebiscito, vinculando a necessidade de
fazer uma Reforma Política às necessidades da população do Alto Sertão de
Sergipe. De acordo com Ildo Siqueira da Silva, militante do MST e do Levante
Popular da Juventude, “os movimentos tem que explicar que a Reforma Política é a
mãe das reformas estruturais indispensáveis para atender às necessidades do
povo. Não dá para fazer a Reforma Agrária, a Reforma tributária, melhorar o
sistema público de educação e saúde, com um Congresso dominado por
latifundiários, representantes dos bancos e empresários.”
Curso de Formação
Para cumprir estes objetivos, as organizações
presentes montaram um comitê. Ele terá como tarefa de coordenar a campanha na
região. O próximo passo será a organização, dias 11 e 12 de Abril, de um Curso
de Formação que juntará 80 militantes sociais do Alto Sertão sergipano. “Depois,
será a hora do trabalho de campo, do debate com a população”, afirmou Damião. O
trabalho de base durará até setembro, que será o mês da organização do
Plebiscito popular em todo o país.
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